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Segurança jurídica começa com gestão organizada da assistência técnica

  • Foto do escritor: Thiago Schwaemmle
    Thiago Schwaemmle
  • 1 de set.
  • 4 min de leitura
Gestora acessando a plataforma FastBuilt

Na construção civil, a entrega das chaves não representa o fim da responsabilidade da construtora. Muito pelo contrário: é justamente a partir desse momento que a assistência técnica se torna um elo estratégico entre a empresa, o imóvel entregue e o cliente final.


Se mal gerenciada, essa etapa pode gerar uma série de riscos jurídicos, retrabalhos e desgastes com compradores. Por outro lado, quando bem estruturada, a assistência técnica não apenas protege a construtora legalmente, mas também fortalece sua reputação e relacionamento com o cliente.


Neste artigo, exploramos como uma gestão organizada da assistência técnica é a base para a segurança jurídica no pós-obra.


O que está em jogo juridicamente após a entrega do imóvel

Após a entrega de uma unidade habitacional, a construtora assume compromissos legais previstos no Código de Defesa do Consumidor, no Código Civil e nas normas da ABNT. Esses compromissos envolvem principalmente:

  • Cumprimento dos prazos de garantia (que variam conforme o tipo de item: aparente, funcional ou estrutural)

  • Correção de vícios construtivos no prazo adequado

  • Resposta formal às reclamações dos clientes

  • Registro de todas as ações e comunicações relacionadas ao atendimento


Quando esses pontos não são observados, a construtora pode enfrentar:

  • Ações judiciais por danos materiais ou morais

  • Multas e sanções por descumprimento contratual

  • Perda de reputação e de futuros negócios

  • Dificuldade em comprovar a própria defesa por falta de documentação


Ou seja, a ausência de uma gestão eficiente na assistência técnica abre brechas jurídicas graves.


Por que a organização da assistência técnica é fundamental

A desorganização no atendimento pós-obra costuma resultar em processos reativos, respostas fora do prazo, dificuldade em localizar registros e retrabalho. E o maior problema: a empresa perde o controle sobre o que está sendo feito, por quem e com quais evidências.


Uma gestão organizada, por outro lado, permite:

  • Ter rastreabilidade de todos os chamados abertos e encerrados

  • Documentar cada etapa do atendimento (com fotos, laudos e assinaturas)

  • Cumprir prazos com clareza e previsibilidade

  • Tomar decisões técnicas e jurídicas com base em dados

  • Reduzir drasticamente o risco de judicialização


A gestão da assistência técnica deve, portanto, ser tratada como um sistema de prevenção jurídica – não como um custo operacional.


O papel da tecnologia nesse processo

Muitas construtoras ainda operam a assistência técnica com planilhas, e-mails e processos manuais. Esse modelo está ultrapassado e expõe a empresa a falhas de comunicação, perda de informações e ausência de padrão.


Ferramentas digitais, como plataformas específicas para o pós-obra, permitem centralizar todas as etapas em um único sistema:

  • Recebimento de solicitações via portal ou aplicativo

  • Classificação automática por tipo, gravidade e prazo

  • Registro completo com fotos e histórico do imóvel

  • Atribuição e acompanhamento da execução por equipe técnica

  • Geração de relatórios e indicadores de desempenho

  • Armazenamento seguro de evidências para fins legais


Além de garantir agilidade e transparência para o cliente, essas plataformas funcionam como uma blindagem jurídica para a construtora, que passa a ter controle total sobre o que foi feito, quando e com que documentação.


Garantias técnicas e prazos legais: um desafio recorrente

Outro ponto crítico na segurança jurídica é o controle sobre os prazos de garantia. Os vícios ocultos ou aparentes devem ser tratados dentro dos períodos previstos na legislação, mas muitas empresas perdem prazos por falta de organização ou registro.

A falta de um sistema que controle automaticamente esses prazos pode gerar passivos desnecessários.


Por exemplo:

  • Atender um item fora do prazo de garantia por não ter histórico

  • Recusar um atendimento que ainda está dentro do prazo legal

  • Não conseguir provar que uma solicitação foi atendida corretamente


Com a gestão automatizada, a construtora consegue operar com confiança e fundamentar tecnicamente todas as suas decisões, evitando interpretações subjetivas ou conflitos desnecessários.


Comunicação estruturada com o cliente

Do ponto de vista jurídico, a forma como a construtora se comunica com o cliente é tão importante quanto a solução técnica. Respostas genéricas, fora do prazo ou sem embasamento técnico costumam gerar desconfiança e escalar conflitos.


Uma boa gestão da assistência técnica inclui modelos de resposta padronizados, prazos claros e documentação de todas as interações com o cliente. Isso protege a construtora em eventuais processos e transmite profissionalismo ao consumidor.


Além disso, a comunicação formal evita promessas verbais ou mal-entendidos que podem ser utilizados contra a empresa em disputas legais.


Assistência técnica como vantagem competitiva

Muitas empresas ainda veem o pós-obra apenas como um centro de custo. Mas há um movimento crescente de construtoras que usam a assistência técnica como diferencial de marca e fidelização de clientes.


Uma operação bem estruturada transmite segurança, profissionalismo e respeito pelo comprador. E mais: os dados coletados durante a fase pós-obra alimentam a área de qualidade e engenharia, gerando aprendizado contínuo e prevenindo novos erros em obras futuras.


Isso significa que investir em uma assistência técnica organizada não apenas reduz riscos jurídicos, como aumenta a eficiência operacional e contribui para a reputação da empresa no longo prazo.


A segurança jurídica no setor da construção civil começa com processos sólidos e bem documentados. A assistência técnica não pode ser tratada como um “remendo” ou um setor isolado. Ela é parte integrante da entrega de valor ao cliente e da responsabilidade técnica e legal da construtora.

Ao organizar essa área com clareza, tecnologia e rastreabilidade, a empresa se protege contra passivos jurídicos, aumenta sua credibilidade e fortalece sua marca.

Construtoras que tratam a assistência técnica com seriedade constroem não apenas imóveis, mas também confiança, reputação e futuro.

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